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Limpeza da chaminé

Helenara Sironi de Moraes



A palavra terapia vem do grego therapeúein que significa assistir e cuidar. Embora qualquer um de nós possa cuidar e ser cuidado, cabe ao psicólogo oferecer uma escuta diferenciada, desenvolvida a partir de fundamentações teóricas que apoiam a sua prática clínica. A minha prática é apoiada pelos pressupostos da psicanálise e é preciso situá-los para que vocês percebam de que lugar estou falando.

Mas que escuta é essa?

Sigmund Freud , psicanalista alemão, que desenvolveu sua teoria a partir das concepções acerca do inconsciente e é responsável por uma das três feridas narcísicas da humanidade (as outras duas foram Copérnico e Darwin, o primeiro ao afirmar que a terra não era o centro do universo e o segundo ao teorizar acerca do evolucionismo, afirmando que o homem evolui do animal), ao escutar seus pacientes deu-se conta que o eu não é dono de si nem em sua própria morada, ou seja, é preciso que o analista esteja atento aquilo que o paciente não diz já que é ali que mora a verdade do sujeito.


Escutar o que não é dito, como assim?


Sim, é possível. Entre paciente e analista, é criado uma espécie de ponte. Um forte vínculo transferencial, que permite ao paciente projetar no analista as experiências afetivas vinculadas aos seus primeiros referenciais de amor (os pais, cuidadores), através de atos que denunciam o conteúdo inconsciente, e que permitem ao profissional uma escuta que considera estas manifestações e muitas outras. O analista além das palavras "escuta" o esquecimentos dos horários das sessões, os enganos no discurso (atos falhos que de falho não tem nada), as risadas acompanhadas dos tristes relatos que denunciam onde mora o gozo dos sujeitos entre outras manifestações.


A escuta no consultório (físico ou online) é feita a partir de uma série de elementos que fornecem pistas ao psicólogo sobre onde mora o desejo do paciente.


E a chaminé?


Anna O., paciente de Freud e um de seus casos mais famosos, chamava de limpeza da chaminé os encontros com o pai da psicanálise. Estes encontros onde através da fala livre, deitada ao divã e sem contato visual com Freud, a paciente podia dar um sentido aos seus sintomas, e assim diminuir seu sofrimento de forma considerável.


Nisto consiste a limpeza da chaminé: Uma fala livre, proporcionada por um ambiente silencioso e acolhedor, sustentada em um forte vínculo transferencial onde o paciente poderá falar de suas questões para o analista e que a partir desta escuta, irá pontuando questões que levarão o paciente a saber algo sobre o desejo que lhe habita.


Ao saber algo de seu desejo, o sujeito falante pode capturar algum significante que oriente sua vida, para escolhas que produzam menos sofrimento.


Vamos começar a limpar essa chaminé?


helenarasm@gmail.com whatsapp 54 991427737.


 
 
 

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